POR BEATRIZ SALOMÃO
Rio - Para evitar que as chuvas façam vítimas em favelas da cidade, o tradicional boca a boca. Em caso de tempestade, 2 mil agentes do Programa de Saúde da Família (PSF) vão passar em todas as casas em situação de risco para alertar moradores e auxiliar na remoção. A tropa especial atuará nas 79 comunidades que contam com o PSF, mas a medida vai se estender a todas as clínicas que forem inauguradas.
O prefeito Eduardo Paes com os agentes diplomados | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Os agentes ganharão celulares da prefeitura e receberão, por torpedo, alertas de chuva forte. Se a previsão se confirmar, se deslocarão para residências perto de encostas ou margens de rios. As comunidades já foram mapeadas. Caso a família não tenha para onde ir, será levada a abrigo da prefeitura.
Os técnicos serão distribuídos por 314 Núcleos Comunitários de Defesa Civil. Os agentes foram diplomados ontem pelo prefeito Eduardo Paes, secretário de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, e subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, na Praça da Apoteose.
Segundo o coronel, os agentes já moram nas comunidades onde atuarão e conhecem a realidade das famílias e das construções. Cada um ficará responsável por 150 residências, mas nem todas são consideradas de risco. Os agentes passaram por curso de 20 horas para identificar áreas mais vulneráveis.
“A medida fará muita diferença, porque hoje atuamos quando ocorre acidente, mas poderemos evitar tragédias. É a presença do poder público 24 horas na comunidade”, declarou Simões.
Ao longo do ano, foram mapeadas as áreas de risco de alagamento, desabamento e deslizamento nas comunidades. “Primeiro, eles vão pedir para a população ficar alerta. Se a chuva começar, irão às casas de risco auxiliar na remoção”, explicou o subsecretário. Entre as áreas beneficiadas, estão os complexos do Alemão e Penha, além da Rocinha e favelas da Zona Oeste.